Querida ansiedade: quarentena

Não estou mais contando os dias que estou reclusa dentro de casa, mas vim contar pra vocês como está minha ansiedade nessa quarentena. No início fiquei com muito medo de que a quarentena se tornasse uma forma de fuga para não sair na rua e que eu poderia me tornar refém tanto do meu transtorno quando do pânico, explicando um pouco, na minha cabeça eu poderia me acostumar a ficar dentro de casa (usando isso como uma forma de proteção para não sentir as sensações) e depois que acabasse tudo isso eu não teria coragem de enfrentar meus medos novamente. Já falei em um post aqui no blog que minha síndrome do pânico é quando estou em metrô/trem e ônibus, sabemos que para uma melhora temos que enfrentar nossos medos e com a frequência as crises vão diminuindo. Porém por causa da quarentena eu deixei de fazer muitas coisas que melhorava meus níveis de ansiedade, e veio daí o meu medo. No início até o mês passado eu tinha as tarefas do meu curso para fazer, e não tinha espaço para pensar nela, mas quando tranquei meu curso eu tinha tempo pra que ela retornasse. Com o confinamento é normal muitos sentimentos vir a tona, como o medo, ansiedade e tristeza, pois isso tudo que estamos vivendo virou nossa vida pelo avesso e nos trouxe a incerteza do amanhã, para muitos que assim como eu tem algum tipo de transtorno psicológico se tornou ainda mais difícil. A ansiedade faz parte da minha vida e por conta dos remédios ela fica controlada, mas é isso que tenho medo de não ter mais esse controle que eu tinha sobre ela, eu não sei como explicar mas é difícil não saber quando ela virá, se a crise será intensa ou apenas um frio constante na barriga, se os pensamentos será catastróficos ou serão somente um medo de morrer. 

Irei fazer uma série aqui no blog para contar um pouco sobre como estou lidando com tudo isso na quarentena, sei que muitas pessoas se identificam com o que passo, mas sei que muitas não entendem. Enfim se cuidem.

Xoxo🤗

Imagem: Pinterest